quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

continua...

Avelino Araújo

POESIA-PRÁXIS: Mário Chamie

Ferreira Gullar

Alguns poemas concretistas...

Haroldo de Campos. NOTE AS FORMAS GEOMÉTRICAS FUTURISTAS ENCONTRADAS NO POEMA.

Augusto de Campos

Décio Pinagtari. NOTE QUE O POEMA, QUERENDO OU NÃO, SERVE DE ESTÍMULO PROPANGANDÍSTICO.

NEOCONCRETISMO: Hélio Oiticica

Lygia Pape 

Lygia Clark

INSPIRAÇÕES CONCRETISTAS: Paulo Leminski

Arnaldo Antunes

POEMA-PROCESSO: Pinto Dias

Moacy Cirne.

CONTINUA...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Seminário de LitBras I:: CONCRETISMO

Devido a correria que foi a nossa apresentação resolvemos postar  o nosso trabalho aqui no blog.

Nos primeiros anos da década de 1950, quando os países da Europa ainda se recuperavam das conseqüências da Segunda Guerra Mundial, alguns poetas brasileiros se agrupavam no estudo da revistaNoigrandes.
O Brasil, vivia uma época de democratização política e de desenvolvimento econômico, que foi intensificado no governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960), que prometia um grande avanço histórico, no lema de "cinqüenta anos em cinco".
Os planos do governo JK eram de modernização do país, o que resultaram em grande crescimento industrial, aumento de empregos, e conseqüentemente, a renda dos trabalhadores. Devido ao desenvolvimento e grandes realizações, como a construção de Brasília, e a estabilidade política, houveram períodos de muito otimismo, chamados de "anos dourados".
As atividades do mercado editorial no país também foram fundamentais no desenvolvimento. Medidas do governo para a isenção de impostos sobre o livro e incentivos para a indústria de papel nacional, resultaram em expressivo crescimento, um exemplo foi o ano de 1962 que teve a produção de 66 milhões de livros.
O progresso aconteceu em ritmo acelerado; as casa já contavam com telefones, televisores e eletrodomésticos, os ônibus tiveram dividiam espaço com os carros. Muitos produtos e tendências norte-americanas chegaram ao país, mudando o comportamento dos brasileiros da população, como a Coca-Cola e o rockn’roll, porém não para alguns setores da sociedade, que consideram essa invasão de novos hábitos prejudicial e então o governo de JK, passou a ser criticado.
Em 1955 no Festival de Música de Vanguarda do Teatro Arena, o grupo formado por Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari usou pela primeira vez a expressão "poesia concreta". No ano seguinte, foi definido com uma exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo, o movimento Concretista, que se opunha às propostas poéticas da Geração de 45.
O movimento continha em suas veias um pouco do sangue antropofágico de Oswald de Andrade, o formalismo de Pound e a herança visual de Stéphane Mallarmé, mas buscava (ou já tinha encontrado) um novo estilo, "produto de uma evolução crítica de formas". Alguns estudiosos o consideram um sub-movimento, inserido nas muitas variações do Modernismo, sem a consistência que caracteriza os grandes movimentos artísticos.
No entanto a poesia brasileira deste período se debateu entre ser ou não ser concretista, muitos poetas se sentiram pressionados: era a morte da lírica?
Outros chegaram a pensar que aquele fosse o rumo definitivo da poesia, como se em poesia caminhos definitivos existissem. Mas não existem...
Felizmente a poesia brasileira é plural, terrivelmente plural, mesmo diante da avassaladora influência do concretismo, ocorrida não apenas pela qualidade da obra do grupo, mas pelo desenvolvimento de uma teoria poética sem precedentes em nossa história literária, com proposições e objetivos artísticos bem delineados: "linguagem direta, economia, arquitetura..." e, também, pelo excelente trabalho de traduções.
O concretismo enriqueceu a poesia brasileira contemporânea com a possibilidade da palavra pura, palavra-coisa, trouxe os ideogramas, a poesia russa moderna, Mallarmé e Octavio Paz, abrindo um novo leque poético.
Enfim , a grande contribuição do movimento foi ter colocado a poesia no centro da roda, instrumento de e para o debate, como uma "arte geral da palavra, poesia como produto: objeto útil.".
Poesia como coisa, coisas inventadas, reinventadas, reverbificadas. Décadas depois podemos afirmar: a experiência acrescentou novos códigos e parâmetros estéticos à cultura brasileira contemporânea, e ainda hoje desperta polêmicas. Quer mais? Ave Poesia! Assim seja.
O concretismo foi um movimento vanguardista que ocorreu nas artes plásticas, na música e na poesia. Surgiu na Europa, na década de 1950, e teve seu auge até a década de 1960. Os artistas precursores deste movimento foram: Max Bill (artes plásticas), Pierre Schaeffer (música) e Vladimir Mayakovsky (poesia).
Os princípios do concretismo afastam da arte qualquer conotação lírica ou simbólica. O quadro, construído exclusivamente com elementos plásticos - planos e cores -, não tem outra significação senão ele próprio. A pintura concreta é "não abstrata", afirma Van Doesburg em seu manifesto, "pois nada é mais concreto, mais real, que uma linha, uma cor, uma superfície". Max Bill explora essa concepção de arte concreta defendendo a incorporação de processos matemáticos à composição artística e a autonomia da arte em relação ao mundo natural. A obra de arte não representa a realidade, mas evidencia estruturas, planos e conjuntos relacionados, que falam por si mesmos.
A expressão Poesia Concreta designa um dos vetores de força mais relevantes do sistema literário brasileiro ao longo de toda a segunda metade do século XX. Na história desse movimento cultural, é possível encontrar vários nomes bem conhecidos. Em primeiro lugar, os três criadores de uma revista literária chamada Noigandres, lançada em 1953: Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos. Em seguida, Ferreira Gullar, Ronaldo Azeredo e Wlademir Dias Pino, que também participaram da I Exposição Nacional de Arte Concreta, realizada em São Paulo e no Rio de Janeiro em 1956 e 1957. A esse núcleo principal se acrescentam, posteriormente, vários outros, como, por exemplo, José Lino Grünewald e Pedro Xisto.
As questões centrais da Poesia Concreta podem ser resumidas e compreendidas a partir de dois pontos de vista: os pressupostos teóricos e os produtos resultantes da sua prática poética, isto é, o que denominamos "poema concreto".
Começando pelo último, a primeira constatação a fazer é que esse nome costuma designar objetos bastante diferentes entre si. Considerando apenas a obra de Augusto de Campos, por exemplo, é notável que sejam qualificados de "concretos" textos como Greve, Ovonovelo, O Anti-ruído, Luxo, Pluvial e Tensão. O que há em comum entre eles? O fato de utilizarem poucas palavras (ou pedaços de palavras) e de elas virem dispostas espacialmente de modo a valorizar o tamanho e a forma dos caracteres tipográficos, bem como as semelhanças fônicas entre as palavras ou fragmentos de palavras. Mas isso é tudo, pois nem mesmo é possível dizer que todos abandonam a sintaxe da língua natural e a substituem pela justaposição espacial; ou que a ordenação espacial seja, a rigor, geométrica.
Poesia Concreta não é, portanto, o nome de um conjunto de procedimentos, mas de uma prática poética e crítica orientada por alguns princípios e negações que é possível reconhecer na variedade dos textos e que são reafirmados como conjunto coerente por um discurso teórico-crítico muito persuasivo.
Na base da reflexão concretista parece estar a postulação de que a forma privilegiada da realização poética moderna é a escrita, isto é, de que poesia dos novos tempos da modernidade industrial dos anos 50 e 60 é basicamente um objeto de forma gráfica e de que o consumo da poesia inclui necessariamente a atividade visual. É esse postulado que embasa a reivindicação central da Poesia Concreta: a de que a ordenação espacial deve ter precedência sobre a ordenação sintática do poema. É ele que informa os princípios concretos de racionalidade e economia de meios expressivos, bem como o de que a poesia deve comunicar basicamente a sua própria estrutura. É também sobre ele que se apóiam as recusas enfáticas à sintaxe e à musicalidade das cadências regulares das linguagens naturais como base da organização do poema, bem como da metáfora e do desenvolvimento discursivo, descritivo ou argumentativo. Face ao primado do visual, o verso, medido ou livre, já não atenderia às necessidades da sensibilidade moderna, não passaria de um momento já obsoleto na "evolução crítica de formas", cujo produto, como se lê no "Plano-Piloto", de 1958, é a Poesia Concreta.
Um dos objetivos interessantes da Poesia Concreta é o Projeto Verbovocovisual, onde verbal, sonoro e visual se igualassem. O poema não é apenas linguagem verbal, mas também linguagens não-verbais, o que aproximou muito os poetas do concretismo das artes plásticas e da música...

Ainda a respeito do movimento Concretista, Bosi afirma o seguinte:
“No contexto da poesia brasileira, o concretismo afirmou-se como antítese à vertente intimista e estetizante dos anos 40 e repropôs temas, formas e, não raro, atitudes peculiares ao modernismo de 22, em sua fase mais polêmica e mais aderente às vanguardas européias. Os poetas concretos entendem levar às últimas conseqüências certos processos estruturais que marcaram o futurismo (italiano e russo), o dadaísmo e, em parte, o surrealismo, ao menos no que este significa de exaltação do imaginário e do inventivo no fazer poético. São processos que visam a atingir e a explorar as camadas materiais do significante (o som, a letra impressa, a linha, a superfície da página; eventualmente, a cor, a massa) e, por isso, levam a rejeitar toda concepção que esgote nos temas ou na realidade psíquica do emissor o interesse e a valia da obra. A poesia concreta quer-se abertamente antiexpressionista” (Bosi, 1994:476).

Características principais do Concretismo:

- Elaboração artística em busca da forma precisa;
- Ênfase na racionalidade, no raciocínio e na ciência;
- Uso de figuras abstratas nas artes plásticas.
- União entra a forma e o conteúdo na obra de arte;
- Na literatura, os poetas concretistas buscavam utilizar efeitos gráficos, aproximando a poesia da linguagem do design;
- Envolvimento com temas sociais (a partir da década de 1960);

NEOCONCRETISMO

O Neoconcretismo se vai aproximar bastante da instalação artística, da arte conceitual. E é nisso que reside a sua originalidade: na expansão do conceito de poema a um conjunto de atitudes e práticas não-verbais. O melhor exemplo dessa originalidade talvez seja o "Poema enterrado", de Ferreira Gullar. Essa obra poética era um cômodo subterrâneo, de forma cúbica, no centro do qual havia um grande cubo vermelho; este envolvia, por sua vez, um cubo menor, de cor verde, que envolvia um terceiro, de cor branca, em cuja face inferior o leitor poderia descobrir a palavra "rejuvenesça".
Lygia Pape nos concedeu esse depoimento:
"Nós nos separamos do Grupo Concreto de São Paulo porque eles queriam criar um projeto de dez anos de trabalho para o futuro. O grupo do Rio achou que era racionalismo demais. Nós queríamos trabalhar com a intuição, mais soltos.

"Trocávamos muita informação; havia mesmo uma certa impregnação na medida em que um conversava com o outro. O Neoconcreto não surgiu por acaso, também não foi uma coisa que nós elaboramos e depois começamos a trabalhar em cima. Foram as experimentações feitas antes que nos levaram a ele. Depois, o Gullar que era poeta, "copy-desk" do Jornal do Brasil, escrevia muito bem e estudava a teoria da arte, ficou encarregado de redigir um texto que tivesse a ver com o trabalho de todo mundo _ um texto posterior às obras.
Havia uma total liberdade, nada era dogmático. Todo mundo estava disposto a inventar. Não trabalhar só categorias convencionais. Na escultura, a idéia era destruir a base _ fazer um objeto que assim se chamasse mas que pudesse ser posto em qualquer posição. A pintura também não seria mais envolvida por uma moldura, avançaria no espaço. Eu mesma inventei um livro, chamado "Livro da Criação", onde narrava a criação do mundo sem palavras, meio artes plásticas, meio poesia. Esse sentido de invenção, de criação era o que realmente caracterizava o movimento. Naquela época ainda existia o pensamento de um quadro ser uma pintura na parede, para mera contemplação. Não tinha o sentido de participação, de uso de materiais diferentes; então tudo isso deu um sentido muito grande de liberdade. Na época não era fácil, nós tínhamos o mundo em oposição a nós."  Lygia Pape

POESIA-PRÁXIS
A poesia-práxis foi um movimento liderado por Mário Chamie, que a partir de 1961 começou a adotar a palavra como organismo vivo gerador de novos organismos vivos, ou seja, de novas palavras. Surge como dissidência da Poesia concreta.
O poema do Concretismo tem como característica primordial o uso das disponibilidades gráficas que as palavras possuem sem preocupações com a estética tradicional de começo, meio e fim e, por este motivo, é chamado de poema-objeto.
Outros atributos que podemos apontar deste tipo de poesia são: - a eliminação do verso; - o aproveitamento do espaço em branco da página para disposição das palavras; - a exploração dos aspectos sonoros, visuais e semânticos dos vocábulos; - o uso de neologismos e termos estrangeiros; - decomposição das palavras; - possibilidades de múltiplas leituras.
A comunicação através do visual era a forma de expressão de todas as poesias concretas. No entanto, houve particularidades que diferenciavam os poemas deste período em tipos de poesias. Assim, a poesia de Mario Chamie surge, revalorizando o ritmo, a palavra, o verso, sem abandonar o uso paranomásico dos fonemas.
A Poesia Práxis, que se autodenominava "vanguarda nova", pouco tem a ver com a primeira Poesia Concreta, tanto do ponto de vista dos pressupostos, quanto dos procedimentos compositivos. Mas é, como o "salto participante", uma tentativa de síntese ou compromisso entre as duas maiores tendências da poesia dos anos 60: a "participação social" e a "vanguarda", isto é, o formalismo programático.
Também é constante e ostensivo o caráter "participante" ou "social" da Poesia Práxis, que incessantemente denuncia a desumanidade da vida moderna, do capitalismo, da exploração do operariado e do campesinato, etc.
Como boa parte da poesia "engajada" do tempo, também a Poesia Práxis testemunha, assim, por esse lado, além do imperativo ético da denúncia da injustiça social, uma necessidade catártica da consciência burguesa ilustrada nos anos de chumbo do Brasil. Necessidade essa que freqüentemente se resolve num tipo de poesia que pouco sobrevive ao momento e às razões da sua produção.

POEMA-PROCESSO

Uma última decorrência da vanguarda concretista é o Poema-Processo, cujo vulto proeminente é Wlademir Dias Pino, um dos participantes da Exposição de 1956. Lançado em final de 1967, com a usual exposição e os necessários manifestos, o Poema-Processo caracteriza-se desde o início pela recusa radical à discursividade. Tão radical que chega à literalidade: no início de 1968 os criadores do Poema-Processo destroem publicamente livros de poetas "discursivos" seus contemporâneos nas escadarias do Teatro Nacional, no Rio de Janeiro.
Propondo-se a combater tanto a discursividade, quanto a poesia "tipográfica" concretista, o Poema-Processo visa, em última análise, a uma poesia sem palavras, ou, pelo menos, a uma poesia em que o signo verbal ocupe um lugar de importância secundária. Por isso mesmo estende de forma inaudita o sentido da palavra "poema", a ponto de poder denominar "poema" a uma passeata ou outra performance coletiva, bem como um objeto gráfico desprovido de letras ou palavras.
Visto de hoje, o Poema-Processo, do ponto de vista da produção e da reflexão sobre a cultura, parece apenas um eco — exacerbado e espetacular, é certo — das formulações e experiências mais conseqüentes e radicais levada a cabo, pouco antes ou simultaneamente, pelos poetas concretos do grupo Noigandres.


domingo, 21 de novembro de 2010

Seminário de Lit Bras I

Sobre o seminário de terça-feira (23/11), Gostaria que Ana Paula Souza, responsável pelo tema Simbolismo, entrasse em contato comigo pelo seguinte email: claudinepaula@ig.com.br

OBS.: Alguém alugou o datashow para este dia??

sábado, 20 de novembro de 2010

Segue abaixo um link do site da Biblioteca Nacional com um artigo que fala sobre a Literatura Colonial no Brasil. O artigo faz observações feitas também pelo escritor Afrânio Coutinho no livro Conceito de Literatura Brasileira. 
Traz também assuntos abordados na apresentação do seminário de Arcadismo (grupo: Samara, Letícia e Hugo).

http://bndigital.bn.br/redememoria/litcolonial.html

att.
Samara H.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Uso do data show no seminário

A pedido da professora Angeli, estou informando que nesta terça (16/11) será a apresentação de seminário do meu grupo (Arcadismo) e já reservamos o data show. Com isso, o outro grupo que se apresentará no mesmo dia (Barroco), se necessitar utilizar o mesmo recurso para a apresentação, poderá compartilhar conosco o equipamento.
Nossa apresentação terá que ser feita na sala F -210 para o devido funcionamento do data show.

att,
Samara H.

sábado, 6 de novembro de 2010

Seminário!

Seminário de Lit Bras I - "Modernismo: vanguardas". Quem ainda não tem grupo entrar em contato pelo e-mail gustavo_machado17@hotmail.com ou machadogb@hotmail.com o quanto antes!

Obrigado,

Gustavo B. Machado